Pai
O sopro da criação
No Barro a inspiração
Legado da nossa lida
A mocidade pelas mãos do mestre
É um jardim no agreste, modelando a vida
Amanheceu no tom do meu Tauá
O marmeleiro embrasa o cardeá
Povo matuto, guardião da fé
Na beira do Ipojuca pego o massapé
Cumpadi mané- pãozeiro
Galdiando o destino
Me fez oleiro menino
Nas tabuinhas a arte do sertanejo
Meu padim Cíço abençoando o vilarejo
Peões contam estórias de sereias nos riachos
Reis e rainhas, tabuleiros do cangaço
Peças de argila em um jogo de xadrez
O pranto molha o solo rico em devoção
Pro verde florescer em meu viver
Festejos pra Antônio, Pedro e João Vem ver
Um carrossel de cores, os caboclos e brincantes
No embalo dos tambores desse mundo fascinante
Terra de meu céu, estrelas de meu chão!
Amassa com a mão! Amassa com a mão!
Olho pro alto, vejo um sonho reluzente
De um repentista, coração independente