Eu vou tirar essa mordaça
Pra falar tudo que penso
É falsa a liberdade no momento
Ainda sangram as feridas da chibata
Dor dos meus ais
Quando o meu corpo era alvo do opressor
A resistência, alma que não se curvou
Na pele a minha identidade
Machado de Xangô, a luz da verdade
Banzo ê, banzo a, vai girar no ilê
De um lamento à senzala
Dos trovões renascer
Banzo ê, banzo a, vai girar no ilê
A voz da mulher
Que a vontade fez valer
O verbo foi dinastia
Impele a escrita, dignidade
E pede a bênção pra filha
Direito erguido pela majestade
Preta poesia é liberdade
Sou a voz das marias
Conceição, yabás
Esperança Garcia
A luta não cessa jamais
Em Cima da Hora firma no xirê
Onde canta a liberdade até o amanhecer
De azul e branco num canto de amor
Obrigado, meu pai! Esperança eu sou